quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Último dia do mês de Dezembro e, consequentemente, o último dia do ano.

Anda tudo em alvoroço.
É o último dia do mês de Dezembro e, consequentemente, o último dia do ano.
Amanhã será tudo muito melhor, verdade? A esperança no novo ano acalenta...
É altura de pedir os desejos todos. É tempo de nos lembrarmos de todos os que esquecemos, nos restantes dias do ano. É chegado o tempo de encher o coração de esperança.
Mas o que muda?
Hoje é mais um dia para reunir e estar com os amigos. Hoje é mais um dia de apelo ao consumismo. Porque é disso mesmo que se trata.
Tenho de começar, também a pensar na minha lista de desejos para 2009. Assim, para quando tiver a comer as passas às 12 badaladas, interiorizar bem aquilo que pretendo para mim.
Brindemos a 2009 e às grandes mudanças!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Precipício

As noites propiciam momentos marcantes, talvez porque tiramos as máscaras, cheias de expressões carrancudas que metemos para enfrentar mais uma semana de trabalho, talvez porque nos rodeamos de pessoas que escolhemos como companhia, talvez porque abrimos a mente e soltamos o corpo, ajudados por drogas e álcool, talvez porque vestimos as roupas que durante o dia temos vergonha de exibir. À noite, mostramos o nosso EU, baixamos as guardas e damos o passo (muitas vezes fatal).

Naquela noite e naquele instante preciso, (acredito que o destino está traçado), aconteceu comigo. Estava na linha de fogo, sob mira certeira. Senti que já tinha sido estudada e que o meu percurso já estava delineado. Aconteceu contigo também. Exactamente da mesma forma.
Poderiamos escapar? Não! As nossas linhas infinitamente paralelas deixaram de o ser ali, na beira daquele precipício.
Senti os nossos pés a resvalarem, com falta de equilíbrio. Mas quando nos olhámos olhos nos olhos deu-se o despertar, como que ouvindo um click de dedos e acordando de uma sessão de hipnose.
Era proibido, ...mas o fruto pribido é tão mais apetecido.
Sai do coma (delicioso, porém) e dei-me conta que estava prestes a dar o passo em falso, o passo que meteria tudo em causa, o passo que faria com que me apontassem o dedo e lançassem olhares de culpa que me perseguiriam toda a vida.
Terei tomado a decisão acertada? Devia ter seguido a emoção ou razão?
Hoje não importa mais. Os momentos não se repetem. A história não volta atrás, mas os precipícios, esses, estão por todo o lado.


Créditos da foto:
http://blogs.ya.com/nuukilandia/files/precipicio.jpg

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

E já é inverno...

Este ano sinto que o tempo arrefeceu mais cedo, pelo menos para mim.
Os meus olhos lacrimejantes escondem uma falsa constipação, mas para quem não me conhece passo bem por doentinha.
Está um frio danado.
*brrrrm*
O meu corpo estremece e a minha alma prepara-se para hibernar.
Não há mais lenha nesta fogueira. Não tenho mais forças para serrar madeira.
(Podes dispensar-me um bocadinho da tua? Prometo não abusar.)
Só me restam brasas que teimam em não reacender. Será falta de oxigénio? Talvez estejam ensopadas.
Os meus lábios estão roxos, os dentes batem, a um ritmo compassado, mãos e pés não se sentem, o sangue está parado. Mas o coração ainda pulsa, a um ritmo lento, mas o suficiente para que o meu corpo não gele para sempre.

Neste inverno é preciso mais oxigénio, é preciso mais um cobertor.
Neste inverno é preciso mais amor.



(não é o texto original, apenas uma adaptação)

Coração aberto

É tempo de parar e fazer um balanço.

Estou cá...continuo aqui. Sobrevivo, tento viver e tirar partido.
Tantas pessoas já passaram pela minha vida, os dedos não chegam para as contar.
Todas elas contribuiram para ser quem sou, umas mais, outras menos, mas desde pequena, sem saber falar nem andar que fui moldada à forma do meu semelhante...retirando bocadinhos daqui e dali.
Contigo, passei parte dos meus dias, na tua casa, no teu colo e nos teus braços. Existiu sempre um sorriso, um olhar doce e muitos, muitos mimos. Este é o verdadeiro amor, aquele que fica para sempre e que nada, nem ninguém destrói.
O tempo foi escasso para te devolver todos os sorrisos e para te dizer o quanto te amo. Perdoa-me por não o ter feito quando devia. Perdoa-me por esperar o amanhã.
Hoje escrevo para ti e quero que saibas que serei sempre tua.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Alma Mater




Porque esta música enche a minha alma de côr. Porque fico arrepiada de cada vez que a escuto. E porque as imagens, apesar de amadoras, mostram o que de melhor há no mundo. Apreciem mais a natureza.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Cat(A)astrofe

Viagens. Amizade. Impossibilidade. Partilha. Descuidos. Momentos. Reencontros. Força. Sedução. Carisma. Realidade. Encontro. Nós. Chegada. Solidariedade. Mundo. Casualidade. Diálogo. Cumplicidade. Hoje. Provocação. Adrenalina. Sexo. Quebra. Desejo. Certezas. Troca. Tempo. Dependência. Encontro. Brancas. Carícias. Partida. Tesão. Orgulho. Declaração. Pensamentos. Mistério. Ele. Sonho. Jogo. Experiências. Batidas. Sofreguidão. Lágrimas. Estímulos. Ciúmes. Abandono. Tristeza. Paixão. Eu. Química. Suor. Gritos. Choque. Alegria. Sangue. Emoção. Afastamento. Dor. Loucura. Amor. Medo. Renascimento. Aproximação. Positivismo. Desilusão. Frio. Vivências. Reacção. Saudade. Ligações. Gestos.

Enterrada Viva

Olha para ti: Estás velha, gasta, cansada,revoltada, pouco entusiasmada,frustrada.Sofres e finges.És uma coitada.Sem lar, sem amor...Sem uma estrada.Já foste feliz, mas estás amarrada.És uma puta, viciada.Não tens nada,És apenas um corpo à deriva,Numa vida enganada.Vendes o teu corpo,a troco de uma esmola dada.Não tens vergonha?Não, tu não tens nada.Estás enterrada.És apenas uma mulher da vida,Uma perdida...És uma puta, viciada.

Inanimada

Ela estava triste e chateada,
Não tinha o que queria, não tinha nada,
Queria paz de espírito, uma almofada,
Onde pudesse dormir para sempre, descansada.
...
Cortou os pulsos de uma assentada,
Caiu no chão, dura, morta, inanimada,
Hoje, foi enterrada.
Na lápide podia ler-se "Aqui jaz fulana tal,
que tudo o que desejou foi ser amada."
Agora é tarde, a tampa do seu caixão foi selada,
Ela partiu para sempre, para onde nunca será encontrada.
Cortou os pulsos de uma assentada,
Caiu no chão, dura, morta, inanimada,
Hoje, foi enterrada.
Ao vê-la na sua última morada,
O rapaz de quem ela gostava,
Chorou, fez-se à estrada,
Para bem longe dali,
Perdeu o seu tudo e o seu nada.
Cortou os pulsos de uma assentada,
Caiu no chão, dura, morta, inanimada,
Hoje, foi enterrada.

Saudades do quê?

Tento controlar-me. Não posso enervar-me, sabes?

(Inspiro e expiro...o mais vagarosamente que consigo.)

Digo para mim mesma que não posso deixar-me levar pelos nervos. Simplesmente não posso. Faz-me mal à saúde e o preço a pagar é elevado.

(Levo as mãos aos olhos, esfrego-os e reflicto um pouco.)

"Eu, primeiro. Cláudia, tens de ser sempre tu primeiro".
Tento convencer-me de que sou capaz. Não, sou mesmo. Basta querer. Desejar muito. Cerrar os punhos até não aguentar mais.

(Bolas, estou cheia de calor. Damn, são os nervos. Respiro,...suspiro e transpiro.)

É possível ficar tão alterada? Tudo não passam de palavras...ou talvez, da falta delas.
Este mundo aproximou nações, mas afastou as pessoas. Vê-se cada vez mais, cada um metido dentro do seu próprio mundo, recolhido à sua própria concha. Qualquer dia a linguagem oral deixa de fazer parte do ser humano. Vamos ficar confinados a quatro paredes, isolados. Deixaremos de ter rosto e passaremos apenas a ter uma alcunha virtual e uma mão cheia de "amigos". Um amigo a 300kms, outro a 3000kms,...., outro na China. Passaremos a ser robots.
Tudo vai passar a ser virtual. Até o sexo. Os sentimentos deixarão de fazer qualquer sentido. Mas, mais nenhuma lágrima será derramada. Deixarei de dizer: "Olá, muito prazer. Sou a Cláudia" e passarei a escrever: "Olá, sou a CatAastrofe. Teclo de Lisboa."
Sinto que as palavras caiem em saco rôto...e ecoam apenas no meu cêrebro.
Tenho saudades. Mas saudades do quê?
Faltam todos os sentidos, com excepção da visão (a qual agradeço). Como poderemos comunicar apenas com um sentido e não sentir a falta dos outros?!
Quero continuar a enxergar...mas:
-puder cheirar;
-puder tocar;
-puder saborear;
-puder ouvir;
-puder SENTIR.
O meu coração continua a bater. Consegues senti-lo?
Olá, sou a CatAastrofe. Teclo de Lisboa e tenho 27 anos.
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Com a permissão do autor, créditos da foto:
Pedro Pinho
www.olhares.com/bammargera

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pesadelo #1

Apago as luzes. Acendo uma vela. Concentro-me.
Nada à minha volta…apenas…
O silêncio. A escuridão. A noite.

Um cenário arrepiante.
Numa colina elevada, uma casa abandonada, onde luzes, à noite, brilham.
Nós os dois, juntos. Trancados dentro de um carro, cujo destino não pode ser alterado. Um foco no nosso percurso.
O nosso caminho, já está traçado.
Arremessados contra os vidros da janela mais luminosa.
Vidros estilhaçados, cravados na nossa carne e nós…ensanguentados.
Quando olho para ti, um bebé falso, gelado...talvez morto, nos teus braços. Uma onda de forças exteriores que te invade, fazendo com que não me ouças.
Grito, esperneio e tento, mas tudo em vão.
Tu já não estás ali, comigo.
O teu olhar está…perdido, vazio.
Um apelo para que eu desvende o que está por detrás daquela porta. Aquela porta com vida própria, que mostra uma luz sombria, através do buraco da fechadura.
Lutando contra as forças que me restam, que tentam impedir-me, abro-a. A curiosidade e o estranho odor a putrefacção lançam-me.
Quero o abismo.
Os olhos vêm aquilo que as minhas narinas há muito sentiram.
Uma mulher esbelta, nua, deitada dentro de uma banheira, imersa no seu próprio sangue.
Ergue-se contra mim.
“Eu? Porquê eu? Eu que amo. Porquê?”
A mãe da criança que estava inerte, nos teus braços. A mãe...do teu filho.
Ela clama por ti. Clama por vós.
Como poderei eu lutar? Não posso.
Estendo os braços, deixando-a apoderar-se de mim, tomar o meu sangue e a minha vida.

Acordo deste pesadelo. Completamente arrepiada, a ter alucinações e sem conseguir mexer-me.
Nada à minha volta…
Acendo as luzes. Apago a vela. Respiro.

O(s) Sobrevivente(s)

Olho(-te) do alto da minha loucura. Estudo(-te). Aponto(-te) o dedo. Escolho(-te) entre um número infindável de possibilidades. Desço a ti (a parte incerta).

Toma-me, torna-me o teu vício.
Alicio(-te)? *sibilo*
Fuma-me. Trava-me. Injecta-me. Torna-me o teu vício.
Alicio(-te)? *sibilo*
Sente-me a percorrer todo o teu corpo, atingir em cheio a tua mente, acorrentar a tua alma.
Eu desejo(-te). Goza(-me). Liberta(-te). Entrega(-te). Torna-me o teu vício.
Alicio(-te)? *sibilo*
Eu, a serpente, em corpo de mulher. "Toma a minha maçã, prometo(-te) o paraíso."

Mas...que raio de droga serei eu que não te vicio?!?

Saio da ressaca...sou eu a vítima. Eu, a serpente, em corpo de mulher. Tomo-te. A ti, que fumas, que travas e que injectas. Satisfaz-me. Gozo-te. Liberto-me. Entrego-me.
Sou eu a vítima.
Enganada, maltratada, violada. Eu, a puta viciada.
Sou eu a vítima.

Talvez eu vá.

Talvez eu vá...
Não há nada igual, mas a história repete-se. As modas vão e voltam. Hoje és tu, amanhã serei eu.
Talvez eu fique...
Afinal o que senti foi diferente. A história não se repetiu. Não houve dejá vu. A moda foi inovadora. Ontem fomos nós. Hoje somos nós. E amanhã? Seremos nós.
Talvez eu queira...
Sentir novamente. Repetir esta história. E quem sabe, virar moda.
Irei, caminharei, sem pressas e com passos firmes. Nem pequenos, nem largoos, simplesmente firmes. Irei...até atingir o meu objectivo.
Eu continuo a acreditar. Chega de talvez.
Eu quero.

Sair de cena.

A cortina subiu e eu não fiz a minha entrada. Cheguei atrasada...E agora? Estou bloqueada.
Passos largos, desnorteada. Conseguirei ficar equilibrada?
O monólogo começou. E eu, sussurro frases feitas. Mentiras! Tudo mentiras!

(Estás apenas a jogar um jogo, mas não apostas para vencer.)

Eu tentei, mas não sou uma boa actriz. Dou tudo, sem dar nada. Sou uma nota falsa, completamente desafinada.
Grito. Consegues ouvir-me? Conseguem?
Por último e desesperada...dispo-me, numa tentativa frustrada. Mas...continuo só, isolada.
A minha alma é mágoa.

A cortina desce...e o que foi que eu fiz?!?

Absolutamente N A D A.

*gargalhadas*

Hoje, 28 de Janeiro de 2008

Um apenas. Foca o principal. Não é abusivo. Não é um incómodo. E atinge em cheio o objectivo, como um dardo cravado no centro de um alvo.

Assim, aquele instante...a paragem do tempo e do mundo. A morte. O prazer. O pecado. Cada centímetro. Não! Cada milímetro. O corpo em êxtase, sem barreiras, sem limites. O teu toque. O teu corpo. O teu beijo. O teu olhar. O teu sexo. Tudo em mim...e o arrepio na espinha. As réplicas. É possível! A intensidade de toda uma vida (até aqui percorrida). O que espero? O descontrolo total, (por nós permitido). O ar em fuga galopante dos pulmões. O deixar de respirar. E a paragem...Será o fim? O mundo termina aqui. Um novo mundo começa a partir daqui.

Sê, por favor. Nunca deixes de o ser. Sê o sonho. Continua a sê-lo.

(E os meus pés cruzam-se, num gesto implorativo e supersticioso).

Hoje, 28 de Janeiro de 2008